sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Efeito nocivo da individualidade

Há uns dias vi um vídeo no youtube de um rapaz que fez um experimento social que consistia em parar os carros em que os condutores estivessem a utilizar o telemóvel e pedir-lhes que não o fizessem visto que a rua era movimentada e podiam provocar um acidente, matar alguém ou a eles mesmos. Todas as pessoas ficaram muito chateadas, porque ele meteu-se na vida delas. Quem era ele para lhes mandar parar de usar o telemóvel? Ah, e pelos vistos todas as chamadas em que estavam era importantíssimas por isso era impossível desligar! Certo é que, ao cometermos certas acções como a de utilizar o telemóvel na estrada estamos a pôr em risco a própria vida e a de todas as pessoas que circulam nos passeios e passadeiras, mesmo assim estas pessoas diziam que ele não tinha de as importunar (houve até quem dissesse que se batesse com o carro não fazia mal). 
O que quero sublinhar aqui é que o mesmo acontece em relação ao consumo de peixe. Em 2048 é certo que não haverá peixe nos oceanos e mesmo assim as pessoas que os comem acreditam que ninguém tem de as impedir de comer certas coisas. Mas eu, que não consumo peixe e procuro salvá-los terei um mar vazio sem ter feito nada de mal. É preciso repensar certas acções e principalmente pensar nelas como um todo e não como um indivíduo. Estamos todos neste mundo e queremos continuar, quem não quer não prejudique a vida dos outros só porque não gosta da sua.


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Além do Carnismo

Este é um vídeo de uma palestra que explica a psicologia por trás do consumo de carne. Interessantíssimo!

"Existe um dom na nossa dor. A nossa dor é o espelho que reflecte a nossa humanidade"

"As falácias carnistas estão incorporadas na base do sistema. Aprendemos a observar o mundo pela perspectiva do carnismo."

"Todas as atrocidades foram possíveis porque se fechou os olhos a uma realidade considerada demasiado dolorosa para se enfrentar. Todas as transformações sociais foram possíveis devido aos que escolheram tomar conciência."





sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Pombos

"Pombos? São uma praga autêntica", "Eu tenho lá uns sacos na varanda para os afastar que eles cagam-me tudo", "Eu afojento-os sempre que os vejo na rua". Eu, eu, eu, eu e mais eu. Mas o que é que os pombos fizeram de tão errado para receber tanto ódio? Nada. As pessoas odeiam pombos porque circula por aí a ideia de que como há muitos eles são uma praga e porque não nos são úteis (apesar de haver quem os coma). O ser humano tem a péssima ideia de que os animais são objectos, logo se não servem para nada podem ser maltratados. Este pensamento é sobretudo dos mais velhos. Se têm avós ou pais que afujentam estes animais podem e devem dizer-lhes que o mundo é de todos e que os pombos são necessários porque embelezam a cidade com os seus voos e porque os gatinhos gostam de os ver do outro lado da janela. Se cagam? sim, e quem não o faz? Quem polui os oceanos? Quem destrói habitats? Quem deita árvores abaixo? Somos obviamente menos necessários que eles....

Gostava que os pombos me pudessem compreender porque diria imediatamente que a minha varanda é livre de ignorância, ódio e crueldade. São bem vindos à minha casa.